Você já deve ter percebido que não é a primeira vez que a China passa por uma epidemia. E pode estar se perguntando o por quê deste tipo de ocorrência no país. O caso mais recente, o coronavírus, começou em Wuhan, na província de Hubei (centro do país). Wuhan é uma cidade média (cerca de 11 milhões de habitantes), repleta de universidade e que poucos sabem que é uma cidade-irmã de São Luís do Maranhão. Ou seja, ambas cidades possuem características similares e realizam cooperações para desenvolvimento.

Mulheres usando máscaras no Japão.

Coronavírus (2019-nCoV)

O surgimento do coronavírus no início de 2020 escalou rapidamente e hoje, fim do primeiro mês do ano, já acumula mais de 100 mortes na China. O vírus se espalhou pelo mundo, com casos em diversos países (Japão, Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Índia, Singapura, Austrália). Um dos motivos da rápida transmissão é que o hospedeiro transmite a doença antes mesmo de demonstrar qualquer sintoma. A transmissão do pode ser acompanha em tempo real através deste mapa. Segundo um estudo realizado em Hong Kong, cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 5 pessoas. Vôos internacionais são os principais contribuintes para a disseminação do vírus, o que torna os aeroportos uma zona de segurança prioritária na China.

 

 

Outras epidemias na China

Em 2003, o vírus da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) teve sua origem na China e se espalhou entre cerca de 8 mil pessoas em 30 países, causando 800 mortes.

Em 1997, o mundo viu o surgimento da gripe aviária na China. O vírus A(H5N1) teve suas primeiras mortes (6 no total) em Hong Kong em 1997 e ressurgiu em 2003 no sudeste asiático, infectando 468 pessoas em 15 países e matando 282 pessoas. Aqui, quase todos os casos vinham de pessoas que tinham contado com aves infectadas, não sendo considerada uma epidemia humana.

A lista continua: em 1968, Hong Kong enfrentou uma gripe que levou o nome da cidade e infectou 15% de sua população (cerca de 500 mil pessoas). Em 1957, surgiu na província de Guizhou, na China, o vírus da “gripe asiática“, um dos primeiros variantes dos vírus tipo A. Estima-se que o vírus matou mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com o CDC dos Estados Unidos (Centro de Controle de Doenças e Prevenção).

 

Por que tantas epidemias surgem na China?

Epidemias são resultado da urbanização e aglomeração de pessoas em determinados locais. A China é pioneira em cidades gigantes, a capital do país, Pequim, tem 21 milhões de habitantes, por exemplo.

Outros fatores como o comércio de animais silvestres para consumo (o que é considerado um grande perigo para a saúde humana) e mudanças climáticas contribuem para o surgimento de epidemias. O novo coronavírus pode ter tido origem nestes animais vendidos para consumo, o que incentivou a proibição temporária deste tipo de comércio em Pequim.

Desastres climáticos como enchentes contribuíram significativamente para as epidemias, e estas são pioradas pelas mudanças climáticas.

 

Policial mede temperatura de motorista em Wuhan, na província de Hubei.

 

Soluções

A única solução possível para uma epidemia já em andamento é contê-la o máximo possível. Wuhan, epicentro do vírus, está em quarentena e diversas estradas estão fechadas. Mais de 50 milhões de pessoas estão impedidas de se locomover. É a maior restrição de locomoção da história. Grandes lojas como a Xiaomi e também pequenos comércios fecharam suas portas para evitar aglomeração de pessoas.

Um hospital com mil leitos vai ser construído em Wuhan em 6 dias para conter a doença e auxiliar no sistema de saúde sobrecarregado da cidade. Um vídeo de um condomínio em Wuhan gritando “força, Wuhan!” emocionou a internet nesta semana. A união da população neste momento de crise é essencial. A tecnologia 5G também está ajudando na contenção da doença, realizando diagnósticos remotos. 

 

Por Mariana Madrigali