Jornais como New York Times e The Guardian chamaram atenção do mundo nesta semana com a investigação do que chamaram de aplicativo espião. Oficiais da polícia chinesa de imigração são acusados de estar instalando, a força, um aplicativo. Ao chegar à região de Xinjiang, vindos da fronteira do Quirguistão, os turistas tiveram seus celulares tomados por oficiais, que realizaram a instalação.
O aplicativo
O aplicativo Fengcai (ou BXAQ), segundo as investigações realizadas pelo New York Times, extrai informações do usuário sem notifica-lo. Informações como contatos, agenda, e-mails, histórico de ligações e mensagens estão entre as informações espionadas pelo aplicativo. No total o app vasculha 73 mil arquivos dos smartphones, a maioria associados a questões sociais, políticas e religiosas na China.
A região de Xinjiang, no noroeste do país, é conhecida pela sua população muçulmana e entre os objetivos desse aplicativo está a busca por termos associados ao extremismo islâmico, demonstrando uma preocupação do governo chinês com a comunicação do Estado Islâmico. O aplicativo só foi encontrado nos celulares de turistas com o sistema operacional Android, ainda não se tem notícias dele sendo instalado em iPhones. Para vasculhar os iPhones, era utilizado um outro métodos, envolvendo um segundo aparelho. Segundo as investigações, o aplicativo era apagado logo após a inspeção dos oficiais na fronteira, que pode durar até 12 horas.

A internet na China
A internet na China funciona de maneira muito diferente do que conhecemos. Muitos sites que estamos acostumados a utilizar diariamente (como Google, Facebook e Netflix) são proibidos no país. No passado, os moradores dessa mesma região, a população uigur muçulmana, foram submetidos a instalar o app JingWang, similar ao Fengcai.
Por Mariana Madrigali