O Brasil e a China restabeleceram suas relações diplomáticas há 45 anos, celebrados no dia 15 de agosto de 2019. Foi com essa parceria que a China se tornou o maior parceiro econômico brasileiro em 2009 e o continua sendo até hoje. Há 31 anos o Brasil e a China mantêm uma parceria em desenvolvimento espacial manifestada no Programa Espacial Brasil – China. Programa esse que surgiu quando ambos os países (na época emergentes) tentavam investir em suas pesquisas e conquista do espaço, assim como as grandes potências vinham fazendo desde a Guerra Fria. Com essa parceria, as chances de sucesso aumentaram.
O programa
Ao longo desse programa espacial foram lançados, com sucesso, 4 satélites, nos anos 1999, 2003, 2007 e 2014 (a tentativa de lançamento do CBERS-3, em 2013, falhou). O CBERS-4A é o sexto satélite desenvolvido no programa. Esses satélites ajudaram importantes instituições brasileiras como Incra, Embrapa, Petrobrás, IBGE, Ibama e ANA, auxiliando não só na proteção e monitoramento da Amazônia como também no controle dos níveis de reservatórios e expansão populacional brasileira. Por causa desse sucesso, o Brasil se tornou um dos maiores distribuidores de imagens de satélite do mundo. O programa sino-brasileiro é um grande sucesso quando comparado ao improdutivo acordo espacial realizado entre Brasil e Ucrânia em 2003.
CBERS-04A
O satélite CBERS-4A foi construído no Brasil e chegou à base de lançamento chinesa em Taiyuan neste dia 5 (terça-feira), para lá ser lançado ao espaço no próximo mês. O satélite tem como objetivo monitorar as queimadas e o desmatamento ocorrido ao longo da enorme floresta amazônica e também produzir dados que auxiliem na pesquisa da agricultura. São estimadas 14 voltas por dia em torno do planeta Terra, desde seu lançamento em 17 de dezembro. A previsão é que o satélite opere por 5 anos. Construído pelo Inpe (Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial), esse projeto custou cerca d R$ 190 milhões ao Brasil.
O futuro da parceria sino-brasileira
O presidente Jair Bolsonaro, após um distanciamento do gigante asiático durante as eleições, agora volta a fomentar os negócios e parcerias entre Brasil e China. Com a China sendo a maior potência econômica do mundo, não é surpresa que o Brasil valorize esse importante aliado. O relacionamento entre os países é fortalecido por frequentes visitas de alto nível entre seus líderes. Após conflitos entre o Inpe e o presidente Jair Bolsonaro no começo do ano, o atual coordenador do Inpe, Marco Antônio Chamon diz que já houve sinalização da Agência Espacial Brasileira e da própria Presidência da República de que a parceria não vai se encerrar.
Por Mariana Madrigali
Fonte: Tecmundo, Sputnik News, G1