Hoje vamos aproveitar o clima de fim de ano e falar sobre um tema bastante interessante: quem é o Papai Noel chinês? Qual é sua história? Quais são suas características? O blog da China Vistos vai responder todas essas perguntas logo abaixo! Confira!
Papai Noel Chinês
A origem do Papai Noel chinês nos remete à história da China, à sua mitologia e, portanto, à necessidade de compreender elementos culturais de sua formação histórica. Vamos primeiro falar sobre a história do Papai Noel chinês e depois de como ele é representado na atualidade.
A essência do Papai Noel:
Fu, Lu e Shou são os deuses chineses da felicidade, prosperidade e longevidade, respectivamente. Essas divindades antigas também são conhecidas como as “Três Estrelas”, estrelas encontradas na constelação do sul conhecida como Carina. Xing significa “estrela” e os três deuses também são chamados Fu Xing, Lu Xing e Shou Xing, indicando sua conexão astronômica.
Mas Shou é o único entre os três que tem alguma semelhança com a imagem moderna de São Nicolau e Papai Noel. Shou, o deus da longevidade, também é conhecido como “O Velho do Pólo Sul”. Shou também tem uma figura semelhante a si no Japão (Jurojin), na Mongólia (Sagaan Ubgen, “Homem Branco Velho”) e em outros países asiáticos. Embora o lar do Papai Noel ocidental esteja no Pólo Norte, tanto os polos Norte como Sul – lugares misteriosos e inacessíveis, literalmente localizados nos confins da terra – também abrigavam deuses chineses, como o próprio Shou.
Nicolau, de barba branca, segura um bastão, e Shou também. Ambas as figuras são representadas com bochechas rosadas, olhos brilhantes e testa grande. Nicolau é frequentemente visto com três maçãs em suas mãos, enquanto Shou detém “o pêssego da imortalidade”, uma fruta divina que floresce apenas uma vez em 3.000 anos e transmite uma vida longa quando ingerida. O japonês Jurojin, similar a Shou, mas não idêntico, também carrega um bastão, mas ele usa um chapéu não muito diferente do chapéu de bispo. Jurojin, de barba branca e um dos “Sete Deuses da Boa Fortuna” japoneses, também é frequentemente representado ao lado de um cervo, outro símbolo de longa vida.
Claro que realmente não há apenas um Papai Noel ou Nicolau. Apesar de alguns pontos em comum (bochechas rosadas, cores vermelha e branca, barba branca, etc.), essa figura lendária assume muitas formas e ajustes diferentes. A América até lhe deu uma esposa (Mamãe Noel) em meados do século XIX. Mas o ideal permanece o mesmo: um generoso doador de presentes que traz alegria e felicidade.
Os detalhes podem variar, mas Papai Noel e outras personalizações dele têm uma base na natureza humana, nas necessidades e desejos humanos. Mesmo que não haja qualquer ligação direta entre Shou Xing na China e Papai Noel na Europa, eles compartilham mais do que apenas sua aparência externa. Costumes vêm de muitas fontes em muitos lugares, mas surgem por um motivo. Papai Noel surgiu como um símbolo de cuidar das pessoas, proteger as crianças e ajudar os fracos no auge do inverno. Nesse sentido, ele tem muito em comum com Shou, seu “parente asiático”.
Papai Noel chinês hoje
O Natal equivaleu a um grande negócio (de estímulo a investimentos, consumos e alta atividade comercial) em Shanghai durante o período republicano da China nacionalista (governada pelo Kuomintang, que foi fundado por Sun Yat-sen), que perdurou até 1949. Depois, com a ascensão do Partido Comunista ao poder, esta significação de consumo foi inibida por um período e depois retomada com a abertura econômica realizada em meados de 1979 por Deng Xiaoping.
Na China, hoje, o Papai Noel é chamado de Dun Che Lao Ren (“Homem Velho do Natal”, em chinês) e coloca os presentes das crianças em meias, assim como a crença dos EUA e de outros países do Hemisfério Ocidental diz que ocorre. Como a maioria da população chinesa não é católica, a maior comemoração é feita no Ano Novo chinês.
Nessa época, as crianças penduram meias na sala e ficam à espera de Papai Noel. Secretamente, recebem roupas e brinquedos novos. Também, pratos especiais são preparados para a ocasião.
Tempo de consumo
O Natal na China tem uma conotação muito mais comercial. Segundo a Academia de Ciências Sociais de Shanxi, esse tipo de festa acaba sendo para os chineses uma época de boas compras e de oportunidades de fazer bons negócios. Até mesmo os elementos natalinos estão se adaptando à cultura local. E independente do significado religioso, que muitos nem sabem que existe, há o desejo de terem um Feliz Natal, cheio de presentes e decorações acolhedoras para o inverno rigoroso da China.
Nessa época do ano as casas ficam iluminadas por lanternas de papel, árvores enfeitadas (conhecidas como “árvores de luz”, decoradas com enfeites feitos de papel, como flores e lanterninhas, que seriam equivalentes às nossas Árvores de Natal), correntes e flores de papel.
É nesse período, então, que faz sentido a presença do Papai Noel, se levarmos em conta que ele é um presenteador de crianças. O Papai Noel chinês, da mesma forma que o Ocidental, é uma entidade que, segundo a crença, surge estrategicamente para alegrar o dia da juventude dando presentes para todos. Afinal, sempre é interessante para uma criança quando um pai se dispõe a comprar um bom presente e se veste de Papai Noel para dá-lo.
Feliz Natal! Shèngdàn jié kuàilè! 圣诞节快乐!
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Por Rafael Queiroz Alves
Fontes: Folha, China na Minha Vida, German Way