Patrimônio da Humanidade na China
A China, cenário de muitas produções do cinema internacional, está entre os dez países mais visitados do mundo, e, assim como os outros destinos mais populares, possui atrações turísticas muito famosas em seu território, como a Grande Muralha, a Cidade Proibida e a cidade de Xi’an, onde está o Exército de Terracota. No entanto, a China é muito mais do que aquilo que se vê nas telas, ou do que é visitado por grande parte dos turistas que escolhem o país como destino de férias. A China, atualmente, conta com 50 sítios reconhecidos pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônios da Humanidade, e ocupa a segunda posição entre os países com mais sítios reconhecidos pela instituição no mundo, ficando atrás apenas da Itália, que possui 51.
Huanglong, um dos tantos Patrimônios da Humanidade na China, na Província de Sichuan
Os Patrimônios da Humanidade são áreas ou manifestações consideradas de valor inigualável e de fundamental importância para a humanidade, sejam estes valores de caráter histórico, cultural ou natural. Apenas concorrem ao posto de Patrimônio os sítios localizados em países que assinarem e ratificarem a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural e que requeiram a inscrição de seus sítios na Lista de Patrimônios Mundiais.
Conhecendo os Patrimônios da Humanidade na China
Com um leque tão vasto de atrações turísticas, vale a pena reservar mais tempo em sua agenda para visitar alguns dos tantos Patrimônios da Humanidade em território chinês. Veja abaixo alguns destinos imperdíveis e se prepare para sua próxima viagem.
Ruínas Tusi
As Ruínas Tusi fazem parte dos últimos sítios chineses a serem reconhecidos como Patrimônios da Humanidade pela UNESCO. Seu reconhecimento como Patrimônio Cultural ocorreu na Alemanha, na 39ª Conferência do Patrimônio Cultural Mundial, entre 28 de Junho e 8 de Julho de 2015, embora em 2016 a Organização já tenha reconhecido mais dois sítios também na China; as pinturas rupestres de Zuojiang Huashan e as florestas de Hubei Shennongjia.
Parte das Ruínas Tusi, Patrimônio da Humanidade
Localizadas nas áreas montanhosas do sudoeste da China, no Condado de Xianfeng da Província de Hubei, as Ruínas Tusi englobam resquícios de vários domínios tribais, cujos chefes eram denominados pelo governo central como “Tusi”, e constituíram um governo hereditário entre o século 13 e o início do século 20. Esse sistema de governança teve sua origem nos sistemas dinásticos das minorias étnicas do governo, que remontam ao século 3 a.C., e seu principal objetivo era unificar a administração nacional, permitindo que as minorias étnicas preservassem sua cultura. O sítio, composto por Laosicheng, Tangya e Hailongtun, expõe os vestígios desta forma de governo que deriva da civilização chinesa dos períodos Yuan e Ming. A área das ruínas ocupa mais de 100 hectares, mais ou menos o tamanho de 140 campos de futebol, e é ainda maior do que a área da Cidade Proibida em Pequim.
Herança de vários domínios tribais chineses dos períodos Yuan e Ming
Parque Nacional de Huanglong
Tombado como Patrimônio da Humanidade em 1992, Huanglong fica situado no noroeste da Província de Sichuan e todo o seu território é repleto de montanhas com cumes cobertos de neve e da mais oriental de todas as geleiras chinesas. Além disso, possui ecossistemas ambientais diversos, formações de pedra calcária, cachoeiras, fontes termais e espécies em extinção, como o panda gigante e o macaco dourado de Sichuan. O parque se estende por 40 mil hectares e suas piscinas naturais de água quente, que se dividem em 693 terraços, ocupam um comprimento total de 3,6 quilômetros que se parece com um enorme dragão dourado circulando através das montanhas nevadas; daí surge o nome do parque: Huanglong significa dragão dourado em chinês.
Fontes termais em Huanglong, na província de Sichuan, na China
As visitas durante a alta temporada, que vai de Abril até o meio de Novembro, custam em torno de 200 yuan, e em baixa temporada, entre Novembro e o fim de Março, custam aproximadamente 80 yuan por pessoa. O acesso ao parque pode ser feito através de vans ou ônibus fretados a partir de Jiuzhaigou (outro dos Patrimônios da Humanidade na China), e o Condado de Songpan é onde, geralmente, ficam hospedados os turistas e onde se encontra a maior infraestrutura próxima ao Parque Nacional de Huanglong.
As formações calcárias que dão o nome a Huanglong: O dragão dourado
O Buda gigante de Leshan e o Monte Emei
Listados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1996, tais atrações se localizam na Província de Sichuan, perto da cidade de Leshan, e englobam, além do Buda Gigante, um parque, florestas, templos e esculturas a céu aberto. O primeiro templo budista da China foi construído no cume do Monte Emei no século 1 d.C. e, a partir daí, se adicionaram outros templos que transformaram o local em um dos mais sagrados do budismo. Porém, o Monte Emei não só tem extrema importância para o budismo, como também é notável por sua vegetação extremamente diversificada, que varia de florestas subtropicais a florestas de pinheiros subalpinas (que habitam as altas montanhas). Lá existem árvores com mais de 1000 anos.
O Buda Gigante de Leshan é realmente imponente e impressiona por seu tamanho
No entanto, o Buda Gigante de Leshan é um dos destaques desse Patrimônio da Humanidade chinês. Esculpido em um penhasco que fica na confluência dos rios Minjiang, Dadu e Qingyi durante o século 8 (o início foi no ano 713 e sua construção levou mais de 90 anos), o Buda possui 71 metros de altura, sendo, portanto, o maior Buda de pedra do mundo e representa o “Maitreya Buda” sentado com as mãos apoiadas sobre os joelhos. A construção do Buda, durante a Dinastia Tang, foi conduzida pelo monge Hai Tong, o qual esperava que o Buda acalmasse as águas turbulentas que atormentavam os navios de pesca. O que se sabe hoje de forma prática é que as pedras, que caiam no rio durante a construção da escultura, acabaram por reduzir a força das águas na confluência dos três rios.
A beleza de Emeishan e seus templos também pela noite
Yihe Yuan: O Palácio de Verão
O Yihe Yuan, que significa literalmente “Jardim da Harmonia Cultivada”, foi incluído pela UNESCO na Lista de Patrimônios da Humanidade em dezembro de 1998. Localizado em Pequim, na China, o Palácio de Verão possui uma área de 2,9 quilômetros quadrados, dos quais três quartos são de água. É dominado principalmente pelo Lago Kunming e pela Colina da Longevidade, ambos combinados a recursos artificiais, como pavilhões, salões, palácios, templos e fontes em estilo clássico chinês.
Vista do Palácio de Verão na China: Patrimônio da Humanidade que conta com uma beleza incrível
O Palácio de Verão, construído inicialmente em 1750, teve grande parte de sua estrutura destruída em dois ataques. O primeiro ocorreu durante a invasão aliada de ingleses e franceses em 1860; ocasião em que o Velho Palácio de Verão também foi saqueado, mas logo foi restaurado em 1886. Em 1888, foi dado ao Palácio o atual nome de Yihe Yuan, o qual serviu de refúgio de verão à Venerável Imperatriz Cixi. Essa mesma Imperatriz desviou 30 milhões de taels (unidade de peso chinesa) de prata para a reconstrução e ampliação do Palácio de Verão. O segundo ataque aconteceu durante o Levante dos Boxers em 1900, mas sua restauração logo foi realizada em 1902.
O Palácio de Verão foi destruído duas vezes, mas reconstruído e embelezado posteriormente
O que não faltam na China são opções de turismo e oportunidades para se conhecer mais sobre essa cultura tão rica. E aí, preparado para sua próxima viagem?
Por Ana Yamashita, diretamente de Americana, SP, Brasil
Fontes: UNESCO, China na Minha Vida, Quanto Custa Viajar