Patrimônio da Humanidade na China – parte 2

Patrimônio da Humanidade na China – parte 2

A China é um país de contrastes e oferece opções de turismo para todos os gostos. Desde cidades antigas, como Pingyao, ou belezas naturais como as de Sanya, até a modernidade de cidades como Shenzhen. Tanta diversidade faz com que, como já dissemos em outro artigo, o número de Patrimônios da Humanidade na China, reconhecidos pela UNESCO, fique atrás apenas da Itália. Por isso, um artigo apenas não seria suficiente para se conhecer as principais atrações chinesas.

patrimonio_da_humanidade_na_China

Wulingyuan: mais um dos Patrimônios da Humanidade na China

Conhecendo os Patrimônios da Humanidade na China

Selecionamos mais algumas atrações imperdíveis para que você possa programar sua próxima viagem e conhecer mais sobre a história, cultura e belezas chinesas.

Templo, Cemitério e Mansão de Confúcio e sua família

Reconhecido pela UNESCO como um dos Patrimônios da Humanidade na China em 1994, o templo, cemitério e a mansão de Confúcio nos deixam claro a importância desse pensador e filósofo, não só para os chineses, mas também para todo o Oriente e o mundo.

patrimonio_da_humanidade_na_China

Escultura de Confúcio em Qufu

Confúcio, cujo nome verdadeiro era Chiu Kung, era originário da classe média chinesa, e viveu entre os anos 552 e 479 a.C. Desde jovem, dedicou sua vida aos estudos e à aquisição de conhecimento, e, quando adulto, tornou-se professor, ensinando seus alunos sobre história, aritmética, caligrafia, poesia e música. No entanto, a contribuição de Confúcio para o mundo é bem maior do que apenas nesses assuntos. Seu legado, através do Confucionismo, nos ensina a importância e o significado da ética, da moral e da educação na construção de uma sociedade melhor, destacando sempre a construção do caráter, e não apenas o acúmulo de conhecimentos técnicos. Com certeza, a importante herança de Confúcio para o mundo contribuiu para que este se tornasse mais um dos Patrimônios da Humanidade na China.

Templo de Confúcio em Qufu

Localizado na cidade de Qufu, na Província de Shandong, esse Patrimônio da Humanidade foi destruído e reconstruído inúmeras vezes ao longo dos séculos. O templo erguido em memória de Confúcio no ano de 478 a.C. possui hoje mais de 100 edifícios. Já o cemitério contém o túmulo do filósofo e os restos mortais de mais de 100.000 de seus descendentes. A casa primitiva, que pertencia à família Kong, converteu-se, com o decorrer do tempo, em uma grande mansão aristocrática, da qual ainda restam 152 edifícios. Os monumentos de Qufu mantiveram seu caráter artístico e histórico único devido à devoção dos sucessivos imperadores que detiveram o poder na China há mais de dois milênios.

Templo do Céu

patrimonio_da_humanidade_na_China

Templo do Céu, em Pequim

O Templo do Céu, localizado no Parque Tiantan Gongyuan ao sul de Pequim, é constituído por um complexo de templos taoístas situados em jardins e repletos de bosques de pinheiros. Construído no ano de 1420, o lugar foi utilizado, tanto na Dinastia Ming quanto na Qing, para pedir a intercessão celestial nas colheitas durante a primavera e agradecer os frutos obtidos no outono. Reconhecido pela UNESCO em 1998, sua configuração espacial simboliza a relação entre a Terra e o Céu, ou seja, entre o mundo humano e o mundo de Deus. Por isso, o Templo é rodeado por uma muralha interior e outra exterior, ambas formadas por uma base retangular que representa a Terra, e por formas arredondadas, que representam o Céu. Esse Patrimônio da Humanidade chinês inclui a Sala de Oração pelas Boas Colheitas (ao norte), o Altar Circular (ao sul), e a Abóbada Imperial Celestial (ao centro).

patrimonio_da_humanidade_na_China

Teto da Sala de Oração pelas Boas Colheitas

A Sala de Oração pelas Boas Colheitas, edifício mais conhecido desse conjunto e um dos mais representativos da cidade de Pequim, trata-se de uma construção circular, cujo diâmetro é de 30 metros e a altura de 38 metros. Essa Sala, destruída em 1899 por um incêndio e reconstruída no ano seguinte, foi construída sobre três terraços circulares de mármore branco, 28 pilares de madeira e muros de ladrilho, e seu telhado é composto de telhas azuis e de uma bola dourada em sua cúpula. O Altar Circular, também conhecido como Altar do Céu e datado de 1530, é uma construção aberta ligada à Sala de Oração por um caminho de pedras e ladrilhos de mais de 350 metros de comprimento e consta com três terraços concêntricos rodeados de varandas de mármore branco. Cada lance das escadas que conduzem o visitante ao altar é formado por nove degraus (os chineses consideram o número nove um número de sorte) e a acústica do local permite que o som seja ouvido em todos os cantos do altar.

Wulingyuan

patrimonio_da_humanidade_na_China

Formações de Yuanjiajie

Incluído na lista de Patrimônios da Humanidade da UNESCO no ano de 1992, Wulingyuan ocupa uma área de mais de 26.000 hectares na Província de Hunan, e é composto por mais de 3.000 pilares de arenito e cumes estreitos, muitos com mais de 200 metros de altura. Entre os cumes existem desfiladeiros, riachos, piscinas, cascatas, cerca de 40 cavernas e duas grandes pontes naturais. Além da impressionante beleza natural, a região também é conhecida por abrigar inúmeras espécies de vegetais e animais ameaçados de extinção. Segundo os geólogos, há mais de 300 milhões de anos atrás a região era um oceano, porém, com os anos o oceano retrocedeu e deixou expostas as rochas sedimentares que se transformaram nos atuais picos, precipícios, pontes e portas de pedras. Ainda hoje há linhas sedimentares das águas do oceano em alguns penhascos e fósseis de corais. Wulingyuan abrange o Parque Nacional Florestal de Zhangjiajie, a Reserva Natural de Suoxiyu, a Reserva Natural de Tianzishan e a Reserva Natural de Yangjiajie.

patrimonio_da_humanidade_na_China

Melhores épocas para visitar Wulingyuan

Há muito para se ver em Wulingyuan durante o ano todo (recomenda-se ficar entre 4 e 14 dias). No entanto, há épocas melhores para se visitar essa localização. O período de inverno na China, entre os meses de dezembro e fevereiro, não é recomendado para a visita por causa da possibilidade de neve e congelamentos. A maior parte das visitas ocorre entre Maio e Outubro, embora as monções ocorram entre Abril e Junho e as chuvas e neblinas possam atrapalhar os visitantes. Julho e Agosto são os meses de férias de verão chinesas e, por isso, são o período em que os parques estão mais cheios e os preços mais altos. Assim, a melhor época para visitar esse Patrimônio da Humanidade é entre Setembro e Outubro.

patrimonio_da_humanidade_na_China

O filme Avatar se inspirou nas formações de Zhangjiajie para criar as “Montanhas Aleluia”

As formações de Yuanjiajie, em Wulingyuan, tem sido um dos principais atrativos na área depois que o filme Avatar criou as “Montanhas Aleluia” inspiradas neste belo lugar. Outra atração que vem ganhando destaque é a Ponte de Vidro de Zhangjiajie. Localizada no Grand Canyon do Parque de Zhangjiajie, esta ponte possui um comprimento de 430 metros, está suspensa a 300 metros acima do fundo do vale e possui capacidade para até 800 pessoas. Foi projetada pelo arquiteto israelense Haim Dotan, e, além de proporcionar o passeio sobre o chão de vidro, possibilita também a prática de tirolesa e bungee jumping. Essa ponte é diferente da passarela de vidro das Montanhas Tianmen (também em Zhangjiajie) que possui 60 metros de extensão e está a 1000 metros do chão.

patrimonio_da_humanidade_na_China

A Ponte de Vidro de Zhangjiajie

Aliás, as Montanhas Tianmen, assim como o Lago Baofeng, a Caverna do Dragão Amarelo e tantas outras atrações, tanto no Parque Florestal de Zhangjiajie, quanto na Reserva Natural de Suoxiyu, na Reserva Natural de Tianzishan e na Reserva Natural de Yangjiajie, compõe a imensa variedade que tornou Wulingyuan um dos tantos Patrimônios da Humanidade na China.

O Palácio de Verão foi destruído duas vezes, mas reconstruído e embelezado posteriormente

O número de Patrimônios da Humanidade na China é realmente enorme, e este artigo fica pequeno para um leque tão grande! Faça já suas malas e não perca mais tempo!


Por Ana Yamashita, diretamente de Americana, SP, Brasil
Fontes: UNESCO, China na Minha Vida, China Highlights