Serviços de Tradução na China
Há um tempo atrás escrevi sobre locais que deveriam ser visitados na China. Para vir à China, principalmente para quem sai do Brasil, é preciso se planejar para ficar de 15 a 20 dias. Claro que isso é o ideal. Sabemos que nem todos conseguem conciliar as agendas e o tempo disponível.
Recebi hóspedes do Brasil em maio desse ano e o tempo total de viagem foram 22 (intensos) dias, contando o período de trânsito. A visita incluiu Xangai e Pequim, na China Continental, Hong Kong e Macau – para visitar esses locais no meio da viagem, foi necessário que providenciassem visto de dupla entrada na China. Eu já falei sobre vistos para a China.
Como vivo em Xangai, claro que eles passaram muito mais tempo na cidade do que um turista comum. Mas conheceram tudo que um turista pode conhecer, além das experiências em locais que só conhece quem vive aqui. Não houve um dia sequer que ficamos em casa. O ritmo foi intenso mesmo!
Portanto se a China está nos seus planos de viagem (e sinceramente acho que deveria estar), prepare-se para dias intensos de muita caminhada, paisagens surpreendentes e descobertas que vão fazer você querer voltar para conhecer o que não deu tempo de ver. Acredite.
Pequim em 4 dias
Vou relatar aqui nossa experiência em Pequim, que durou 4 dias e te levará a conhecer o que há de mais interessante na cidade.
Fachada da Cidade Proibida (Foto: Christine Marote)
Transporte
Optamos por ir de Xangai a Pequim de trem bala (speedy train) e voltar de avião. Sinceramente deveríamos ter ido e vindo de trem. É muito mais rápido, menos estressante e não há muita diferença de preço se você optar em viajar pela primeira classe. Mas não se assustem que dentro da lógica chinesa, que às vezes eu não entendo, a Primeira Classe (First Class) nos trens é mais barata que a Classe Executiva (Business Class).
A viagem de trem leva 5 horas. Como pode ser mais rápido que o avião?
Simples: Precisa chegar na estação 15 minutos antes do embarque, entrar no trem, que é extremamente pontual, e depois de exatas 5 horas você estará no seu destino.
o avião… Bem, a China deve ser campeã mundial em voos atrasados. Então conte que precisamos chegar ao menos uma hora e meia antes do embarque, fazer check-in, sentar e esperar (e rezar para o atraso não ser muito grande). Mas sendo otimistas, só com o tempo de espera normal de aeroporto mais o tempo de voo já chegamos a 4 horas de viagem.
Dia 1
Gastamos meio dia na viagem.
O restante do dia caminhamos até a rua Wangfujing, super famosa por ter a feira de comidas exóticas. Tem escorpião, cavalos marinhos e outras coisinhas mais, além de comidas chinesas tradicionais deliciosas.
Vai um espetinho aí? (Foto: Christine Marote)
Claro que experiementamos o escorpião no espeto, mas preciso deixar claro que esses petiscos são para ‘turista ver’. Hoje é muito difícil um chinês que coma ou aprecie essas iguarias, só que ir a Pequim e não visitar essa rua é quase como ir a Paris e não visitar ou andar pela Champs Elisées.
Saindo do beco das comidinhas, caminhamos pela rua de pedestres que tem muitas lojas de suvenires, produtos chineses, grifes famosas e marcas mais populares. Para terminar o dia fomos a um dos famosos restaurantes especializados em ‘Pato laqueado’ ou ‘Pato de Pequim’, aqui mais conhecido como ‘Beijing Duck’ ou em mandarim ‘běijīng tián yā’. Imperdível!
Dia 2
Nesse dia optamos por um guia com carro para facilitar a locomoção entre os pontos turísticos, já que dentro deles a única opção é andar, andar e… Andar. E no grupo que levei até Pequim tinha minha tia com 80 anos, que não deixou de participar de nenhum dos passeios que fizemos, mas não custava nada facilitar a vida dela e a nossa!
Palácio de Verão – Summer Palace
Como o nome diz, era o palácio de verão da nobreza chinesa. O local é maravilhoso. Era o local preferido da última imperatriz chinesa. Seus jardins são deslumbrantes e indico em especial o ‘Jardim da Harmonia Divina’ que fica fora do roteiro comum dentro do complexo e realmente é de uma harmonia e uma paz indescritíveis. Para terminar, atravessamos a extensão do palácio pelo maior corredor coberto do mundo e acabamos a visita apreciando o barco de mármore que foi construído em celebração do 60° aniversário da Imperatriz Cixi.
Barco de mármore no Palácio de Verão. Foto: Christine Marote.
Praça da Paz Celestial – Tian’men Square
Depois de sair de um local tão lindo é até angustiante se deparar com essa praça (a quarta maior praça do mundo, com 44 mil metros quadrados), que é só concreto. Há alguns canteiros de flores espalhados aqui e lá e mais nada. Mas é a porta de entrada para a Cidade Proibida, além de ter o Mausoléu de Mao-Tsé Tung, aberto para visitação todos os dias pela manhã.
Praça da Paz Celestial. Foto: Christine Marote.
Cidade Proibida – Forbidden City
Acho que este local é impossível de ser visitado num dia só. São tantos pavilhões, armazéns, detalhes e caminhos que para registrar tudo isso se leva tempo. Essa foi minha terceira visita a cidade e, mesmo assim, não vi tudo, até porque ela está, desde 2006, numa constante restauração. Sempre tem algo novo para se ver.
Também é um local que apesar de belíssimo, é muito árido. Na primeira parte da cidade não há jardim, plantas, flores, somente a arquitetura imponente que nos impressiona. No final do complexo, onde seria a parte de residência do imperador é que vemos jardins.
Cidade Proibida.
Dia 3
Muralha da China – Great Wall
Também fomos com guia. A muralha possui várias estações e independente de qual você escolher, dá pelo menos de 1 a 2 horas de viagem do centro de Pequim. Escolhemos a estação de Mutianyu, pelas facilidades oferecidas. A subida pode ser feita de teleférico e para descer existem as opções de teleférico ou tobogã (uma delícia). Mas também há trilhas para quem quer encarar os degraus e as rampas como na época do império!
Muralha da China – Estação Mutianyu. Foto: Christine Marote.
Não há palavras para descrever a muralha. Cada vez que piso lá, mais maravilhada fico.
Vila Olímpica – Olimpic Villa, Pequim 2008
Como sobrou um tempo, fomos conhecer a Vila Olímpica. Mais uma obra impressionante que os chineses fizeram em tempo recorde. Lá existem trenzinhos que fazem um tour de 25 minutos por todo o local, passando pelo Ninho de Pássaro e o Cubo D’Água. Foi um passeio rápido, mas muito interessante. Mesmo 7 anos após os Jogos de 2008, a Vila Olímpica está impecável e funcionando em benefício da população.
Estádio Ninho de Pássaro. Foto: Christine Marote.
Dia 4
Nesse dia pedimos um ‘late check-out’ do hotel e fomos fazer mais um passeio de meio dia.
Templo do Céu – Temple of Heaven
Esse templo é maravilhoso. Na realidade, todo o parque que circunda o templo é de uma energia que contagia e emociona. Chegamos bem cedo, então nos deparamos com muitos grupos de idosos e crianças em atividades de música, arte, dança, artesanato e outros, somente se exercitando pelas alamedas arborizadas e muito bem cuidadas.
Templo do Céu. Foto: Christine Marote.
Na parte do templo propriamente dita, só os turistas mesmo! Apesar de que a maioria eram turistas chineses.
Mercado das Pérolas – Honqiao Pearl Market
Nos últimos minutos de Pequim, fomos a um dos mercados que há na cidade, do tipo bazar, que vendem desde enfeites chineses até os famosos produtos falsificados. Esse em especial é conhecido pelos dois andares que vendem pérolas – e isso é algo que não dá para deixar de comprar quando se visita a China. As pérolas cultivadas são baratas e lindas!
Assim foi nossa visita dentro do roteiro básico de Pequim.
Apesar de não ter ido dessa vez, recomendo visitar um dos muitos ‘Hutongs’ da cidade, onde se concentram os restaurantes e bares. À noite esses locais fervem de turistas, locais e estrangeiros que vivem na cidade.
E, com exceção do Mercado das Pérolas (claro) e da Vila Olímpica, todos os locais citados fazem parte dos Patrimônios da Humanidade da UNESCO.
Pequim ou Beijing?
Apesar de a escrita correta na língua portuguesa para a capital da China ser ‘Pequim’, ninguém por aqui conhece esse nome. O nome usado pelos chineses e adotado por muitos países na sua língua mãe é ‘Beijing’.
Beijing é a palavra correta em mandarim, idioma oficial da China. Pequim vem de Pekin, usado no passado, quando essa região ainda usava o cantonês. Hoje a língua oficial da China é o mandarim e desde que se começou a campanha da China para as Olimpíadas de 2008, o governo insiste em mostrar para o mundo que o nome da sua capital é Beijing.
É um assunto polêmico, pois esbarra em questões linguísticas. Mas para mim, que vivo aqui, Pequim não soa comum, não me diz nada. Assim como ‘Xangai’, que aqui é ‘Shanghai’ (mas essas ainda tem alguma semelhança no som). Sei que pode parecer estranho, mas é assim. E se sua intenção é visitar a China, incorpore desde já o nome Beijing em seu vocabulário!
Christine Marote
Fontes: https://chinanaminhavida.com