Você, certamente, já ouviu falar de acupuntura, não é mesmo? Pois hoje a China Vistos vai dedicar este artigo para falar sobre a acupuntura, um dos maiores legados que a civilização chinesa deixou para a humanidade. Saiba mais abaixo!

 

acupuntura

 

Acupuntura na teoria e na prática

A acupuntura é uma das terapias milenares que compõem a medicina tradicional chinesa, assim como a Moxa, a fitoterapia chinesa e o Tai Chi Chuan (todas com base na filosofia Taoista). Acredita-se que a energia chamada de Ki, que vem do céu (Yang) e da terra (Yin), circula por todo o corpo e que, por algum motivo, tais energias se desequilibram, causando doenças. O objetivo da acupuntura é, desse modo, manter o equilíbrio ou reequilibrar essas energias desreguladas, garantindo, assim, a saúde.

A acupuntura não atua somente em problemas musculares ou fisioterápicos. Ela atua em muito outros tipos de patologias e desequilíbrios, além de prevenir múltiplas doenças. No entanto, se o grau de uma doença estiver avançado demais, sua cura pode se tornar mais difícil.

 

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A acupuntura é um dos mais antigos sistemas de cura e manutenção da saúde e em breve será o método mais utilizado no futuro do Brasil e do mundo. Para o leigo tal afirmativa pode parecer leviana, mas não é. Baseada em pontos e meridianos que percorrem o corpo inteiro, a acupuntura procura estimular adequadamente tais pontos e reequilibrá-los.

A acupuntura é muito eficiente na cura dos pacientes sem qualquer tipo de efeito colateral ou técnica invasiva. Isso sem contar que a acupuntura pode ser associada a qualquer outro tipo de tratamento médico, seja ele homeopático, alopático, fitoterápico etc., ampliando sobremaneira seus efeitos.

A prática da acupuntura consiste na aplicação de microagulhas em pontos estrategicamente específicos do corpo humano. Os pontos, como você verá adiante, são determinados por conhecimentos tradicionais e pela filosofia taoista. Essas agulhas (às vezes acompanhadas de substâncias medicinais naturais) são capazes de manipular a fluidez da energia dentro do corpo do paciente, trazendo resultados efetivos.

 

História da Acupuntura

Embora tenha sido introduzida no Brasil no final do século passado por imigrantes orientais, a prática existe há cerca de 5 mil anos – mais que o dobro da idade da Bíblia (3 mil anos antes de Cristo – , e, inicialmente, ficou restrita àqueles estrangeiros.

 

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O desenvolvimento da acupuntura foi incentivado por imperadores de dinastias chinesas durante os tempos pré-modernos. Essa “arte” da medicina tradicional chinesa se expandiu da China para outros países da Ásia, depois foi levada à Europa por missionários, e, apenas no século passado, ganhou notoriedade na América.

A acupuntura somente foi aplicada para o uso geral no Brasil no início da década de 50, quando o professor Frederico Spaeth, fisioterapeuta e massoterapeuta, introduziu-a oficialmente no país. Além disso, Spaeth iniciou o ensino irrestrito aos profissionais de saúde ao ministrar o primeiro Curso de Formação em Acupuntura em 1958. Em 1961, os doutores Ermelino Pugliesi e Ary Telles Cordeiro, juntamente com o professor Spaeth, fundaram o Instituto Brasileiro de Acupuntura – IBRA, a primeira clínica institucional de acupuntura no país, a qual, com a participação posterior do Dr. Evaldo Martins Leite, Aguinaldo Sampaio de Almeida Prado e Ruy Cesar Cordeiro, constituiu-se como o núcleo da primeira diretoria da Associação Brasileira de Acupuntura – ABA.

Em 1972, a acupuntura viveu grande impulso em nível mundial, quando o então presidente norte americano, Richard Nixon, e uma grande comitiva norte-americana estiveram na China para realizar uma sólida política de aproximação diplomática e comercial entre os dois países. Hoje a prática existe no mundo inteiro e é crescente sua procura, principalmente diante da sua eficácia, rapidez e busca do equilíbrio bio-psíquico dos pacientes.

Em 2010 a UNESCO declarou a acupuntura como patrimônio cultural e imaterial da humanidade.

 

A base taoista da acupuntura

Como sabemos, a acupuntura está fortemente relacionada com a filosofia taoista (ou daoista). No taoismo, o homem é compreendido como um ser integrado e, por isso, não pode ser estudado separadamente ou em partes ou isolado. Tudo que está nele se relaciona: seu conjunto psicofisiológico, seus pensamentos, seus sentimentos, etc., se relacionam e evoluem paralela e constantemente.

 

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Retomando os já citados conceitos de Yin e Yang (nos quais a acupuntura se baseia), que são, em resumo, energias que emanam respectivamente da terra e do céu, e que influem sobre o ser, variam de acordo com a estação do ano e a região (o espaço e o tempo) onde a pessoa se encontra. Essas duas energias são, entretanto, complementares. Elas jamais podem existir individualmente. Se não existisse a terra, não existiria o céu. E ambas estão em toda a natureza.

Aplicando esses conceitos filosóficos à acupuntura, considerando, por exemplo, as costas e a lateral externa do corpo devem ser Yang, enquanto o tronco e o abdômen devem ser Yin. Outro exemplo são os órgãos sólidos, que são Yin, e as vísceras ocas, que são Yang. Em geral, quanto mais externo e perto da pele, mais Yang é uma região do corpo humano, e, quanto mais interno, mais Yin uma área deve ser. Sendo assim, a medula óssea, que fica no interior do osso, é o elemento mais Yin do corpo. Nada, no entanto, é totalmente Yin, nem Yang. As variações e alternâncias enérgicas criam cinco movimentos ou potências (chamados, hoje, de “cinco elementos”): madeira, fogo, terra, metal e água. Todas as coisas que existem, segundo a teoria dos cinco elementos, são baseadas nesses cinco elementos. O homem, desse modo, também é formado pelos cinco elementos.

 

Cada elemento tem órgãos correspondentes a si:

  • Madeira: fígado (Yin), vesícula biliar (Yang) e músculos;
  • Fogo: coração (Yin), intestino delgado (Yang) e vasos sanguíneos;
  • Terra: baço/pâncreas (Yin), estômago (Yang) carne e derme;
  • Metal: pulmão (Yin), intestino grosso (Yang) e pelos;
  • Água: rins (Yin), bexiga (Yang) e ossos.

Os órgãos, na medicina chinesa, não são entendidos de forma mecânica como na medicina ocidental. Na medicina chinesa, cada órgão é complexo, dinâmico e tem mais de uma função, além de ter funções espirituais e emocionais:

  • Fígado: Alma Imortal e Ira;
  • Coração: “Shen” (Deus, Alma Superior, Divindade, Consciência e Mente) e Alegria;
  • Baço/Pâncreas: Pensamento e Obsessão/Preocupação;
  • Pulmão: Espírito Mortal e Tristeza;
  • Rins: Vontade e Medo.

As múltiplas funções e interações entre órgãos e vísceras garantem o equilíbrio e a manutenção da vida em muitos níveis. O pentagrama dos cinco elementos ilustra essas interações que formam o chamado Ciclo de Produção e Controle.

 

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O pentagrama dos cinco elementos ilustra a base filosófica da acupuntura.

 

A leitura do Pentagrama é a seguinte:

  • Os Rins (Vontade e Medo) dão energia ao Fígado (Alma Imortal e Ira), enquanto o Pulmão (Espírito Mortal e Tristeza) regula a energia do Fígado para que não haja excesso;
  • O Fígado dá energia ao Coração (“Shen” e Alegria), enquanto é regulado pelos Rins (Vontade e Medo);
  • O Coração dá energia ao Baço/Pâncreas (Pensamento e Obsessão/Preocupação), enquanto é regulado pelo Fígado;
  • O Baço/Pâncreas dá energia ao Pulmão, enquanto é regulado pelo Coração;
  • O Pulmão dá energia aos Rins, enquanto são regulados pelo Baço/Pâncreas.

De forma mais concreta, se um órgão sofre debilidade, ele coloca em xeque outro órgão que está relacionado a ele (e que depende dele), deixando de fornecer a energia que antes fornecia. Do mesmo modo, as emoções e os elementos abstratos, que correspondem aos órgãos, também são interdependentes. Então, pode-se concluir que a teoria estabelece que todos os órgãos e sentimentos têm uma interdependência e constituem um sistema. Essa teoria foi intitulada de Regra Mãe-Filho.

 

Os postulados da Regra Mãe-Filho são:

  1. Quando mãe e filho estão insuficientes, dê energia à mãe e ela dará ao filho;
  2. Quando mãe e filho estão em excesso, tire energia do filho e ele tirará da mãe.

Então, tanto problemas físicos como psicológicos são interdependentes e, solucionando um, soluciona-se outros.

Exemplos: um problema psicológico pode acarretar mais de um problema físico, a solução de um problema físico pode curar problemas psicológicos, a cura de um problema físico cura outros problemas físicos e a cura de um patologia psicológica também cura outros problemas psicológicos. A terapia com acupuntura é, então, dinâmica e ampla.

Os chamados Pontos Shu Antigos (ou Meridianos) são, assim, regiões do corpo humano onde microagulhas (que caracterizam a prática do tratamento com acupuntura) devem ser aplicadas para manipular a fluidez ou regulamentação da energia dentro do corpo humano. Esses pontos, ligados aos órgãos, como já vimos anteriormente, estão todos interconectados, trazendo efeitos múltiplos ao tratamento. Segundo a teoria da acupuntura, não há região alguma no corpo humano sem fluídos energéticos.

Levando em conta o conceito dos Pontos Shu Antigos, a acupuntura funciona, na prática, da seguinte forma: quando o corpo de um paciente recebe a aplicação de uma microagulha em determinada região, a mensagem da “picada” chega ao cérebro. O cérebro, por sua vez, para reparar a micro-lesão causada na região, libera substâncias analgésicas e relaxantes (como a serotonina). Além disso, há um aumento de irrigação sanguínea no local por conta do contato com o metal da agulha, que dilata o vaso, e, então, o sistema linfático também é estimulado e seus vasos também se dilatam, facilitando a drenagem de informações.

 

Diagnóstico da acupuntura

O diagnóstico consiste primeiro em quatro etapas analíticas: ver, interrogar, escutar e apalpar. Depois, a análise é feita com oito princípios para identificar o tipo de doença: se ela é Yin ou Yang, interna ou externa, se vem do frio ou do calor, ou se vem do excesso ou falta de energia (vazio ou plenitude).

A acupuntura acredita que cada parte do corpo diz tudo sobre o corpo todo. Assim, microssistemas foram estudados e desenvolvidos para facilitar o diagnóstico. O mais tradicional é o estudo do pulso. Há três regiões de medida em cada pulso, até três unidades de medida em cada região e cada um deles corresponde a um órgão ou víscera, podendo, assim, determinar muitos desequilíbrios. Assim, se a região correspondente ao fígado estiver batendo mais forte que os demais, isso significa que a energia do fígado está em excesso e, então, deve ser regulada pelo pulmão e/ou os rins devem passar menos energia para ele.

Os outros microssistemas (menos tradicionais) são a língua e a orelha. A língua e a orelha também podem mostrar como está o funcionamento dos órgãos e vísceras. Didaticamente, costuma-se relacionar a orelha com o feto em formação de cabeça para baixo, pois as pernas dele correspondem com a região superior da orelha, que também diz respeito ao funcionamento dos órgãos inferiores do corpo e, do mesmo modo, a cabeça do feto corresponde à parte inferior da orelha e à cabeça da pessoa adulta.

 

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Por Rafael Queiroz Alves

Fontes: ABA Acupuntura, Conhecimentos da Humanidade, Youtube