Todos sabem que os planos chineses, relativos aos mais diversos assuntos, não são nada modestos. Nesse sentido, o governo da China anunciou o objetivo de se tornar um líder global em Inteligência Artificial (IA) em pouco mais de uma década, colocando, para tanto, o poder político atrás do investimento crescente das empresas chinesas no desenvolvimento de carros auto-dirigidos e outros avanços.

 

Plano de investimento em Inteligência Artificial para transformar-se em potência mundial

 

Líderes chineses veem a Inteligência Artificial como a chave para tornar a China um “poder econômico”, afirmou o governo chinês. Os chineses investirão no desenvolvimento de habilidades e recursos de pesquisas acadêmicas para alcançar “grandes avanços” até 2025 e tornar a China um líder mundial em 2030. No início do ano, em um relatório anual que estabelece as prioridades do governo, a Inteligência Artificial foi considerada pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, tecnologia estratégica.

A inteligência artificial é um dos campos emergentes, juntamente com energia renovável, robótica e carros elétricos, onde os líderes chineses esperam liderar cedo e ajudar a transformar a China de uma nação de trabalhadores de fábrica e agricultores em pioneira tecnológica.

 

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A China elaborou uma série de planos de desenvolvimento ao longo da última década, alguns dos quais provocaram queixas que Pequim subsidia indevidamente seus desenvolvedores de tecnologia e protege-os da concorrência, em violação dos seus compromissos de livre comércio.

as empresas chinesas, incluindo a Tencent Ltd., a Baidu Inc. e o Grupo Alibaba, estão gastando muito para desenvolver Inteligência Artificial para financiamento ao consumidor, comércio eletrônico, carros auto-dirigidos e outras aplicações.

Os fabricantes também estão instalando robôs e outras formas de automação para lidar com o aumento dos custos trabalhistas e melhorar a eficiência.

A declaração, feita pelo governo chinês em julho deste ano, não fornece detalhes sobre compromissos financeiros ou mudanças legais. Mas iniciativas anteriores para desenvolver capacidades chinesas em energia solar e outras tecnologias incluíram bolsas de pesquisa e regulamentos para incentivar vendas e exportações. Além disso, segundo documento do Conselho de Estado chinês, o valor das principais indústrias de Inteligência Artificial do país ultrapassará 400 bilhões de iuanes (US$ 59,07 bilhões) até 2025.

Entre as estratégias para fomentar a IA, o governo chinês procurará fortalecer laços entre empresas privadas, órgãos de pesquisa e militares. Mesmo diante de queixas relacionadas à violação dos compromissos com o livre comércio, a China afirmou que aumentará o papel do governo no desenvolvimento da Inteligência Artificial no país, através de políticas e regulação do mercado.

 

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“Até 2030 nosso país será líder mundial na teoria, tecnologia e aplicação da inteligência artificial e se tornará um dos principais centros mundiais de inovação da inteligência artificial”, afirma o governo. Isso ajudará a tornar a China “a vanguarda dos países inovadores e um poder econômico”, afirmou.

O anúncio segue um plano abrangente emitido em 2015, denominado “Made in China 2025”, que exige que o próprio país forneça seus componentes e materiais de alta tecnologia em 10 indústrias, desde tecnologias da informação e aeroespacial até produtos farmacêuticos.

Os planos de Pequim provocaram queixas de que a China poderia bloquear o acesso a indústrias promissoras para apoiar seus fornecedores novatos. O Ministro da Indústria chinês defendeu o plano em março, dizendo que todos os concorrentes seriam tratados de forma igual. Ele rejeitou as queixas de que as empresas estrangeiras podem ser obrigadas a entregar tecnologia em troca do acesso ao mercado.

A China teve sucesso com planos estratégicos anteriores para desenvolver indústrias de tecnologia, incluindo energia renovável e carros elétricos. Pequim anunciou planos em 2009 para se tornar um líder em carros elétricos com vendas anuais de 5 milhões até 2020. Com a ajuda de generosos subsídios, a China passou os Estados Unidos no ano passado como o maior mercado, mas as vendas totalizaram pouco mais de 300 mil.

O governo chinês continua não medindo esforços para transformar o país na maior potência mundial. E você, o que acha disso? Compartilhe sua opinião conosco nos comentários!

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Por Alex Gabriel Fiorotto

Fontes: New York Times; G1